Esta espécie pertence à Ordem Accipitriformes.

Quando o sol já vai alto e os seus raios começam a aquecer a atmosfera, os grifos abandonam os seus poleiros e começam à procura das correntes térmicas ascendentes, para conseguirem subir. O espectáculo de um bando de grifos formando um “balão” gigante enquanto se eleva no ar é um dos momentos mais singulares na observação de abutres.

 

Taxonomia

Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Género: Gyps
Espécie: Gyps fulvus (Hablizl, 1783)
Subespécies: 2

Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

Muito grande, maior que as águias. Voa grandes distâncias planando e quase sem bater as asas. A plumagem é acastanhada. Os “dedos” das asas são facilmente visíveis. Gregário, forma frequentemente bandos de algumas dezenas de aves. Pode confundir-se com o abutre-preto, que por vezes se lhe associa, distinguindo-se desta espécie principalmente pelas tonalidades castanho-cremes das coberturas, pelo pescoço claro e pela extremidade das asas claramente revirada para cima.

Abundância e Calendário

Em Portugal nidificam algumas centenas de casais de grifos, mas a sua distribuição é fortemente assimétrica. O grifo distribui-se sobretudo pela metade interior do território nacional, sendo mais comum junto à fronteira. As principais zonas de reprodução situam-se no nordeste transmontano, que alberga mais de metade da população portuguesa. A espécie está presente no nosso país ao longo de todo o ano, mas efectua movimentos amplos fora da época de reprodução, surgindo então noutras zonas do território.

Mapas

Onde Observar

Ocorre regularmente junto à zona raiana e nos vales fluviais encaixados. É mais comum na metade norte do interior do território.

 

Entre Douro e Minho – no passado não costumava ocorrer nesta região, mas desde 2016 têm sido registadas observações com frequência crescente na serra da Peneda e na serra do Gerês.

 

Trás-os-Montes – pode ser visto com facilidade ao longo do Douro Internacional, por exemplo em Miranda do Douro, no Penedo Durão ou na zona de Barca d’Alva.

 

Beira interior – o Tejo Internacional, a zona de Segura e as Portas de Ródão são os melhores locais para observar o grifo, mas esta espécie é relativamente fácil de observar em qualquer local junto à fronteira, por exemplo no planalto de Riba Côa ou junto à albufeira de Santa Maria de Aguiar.

 

Lisboa e Vale do Tejo – não ocorre habitualmente nesta zona, havendo registos isolados da sua presença junto ao estuário do Tejo.

 

Alentejo – as zonas de Marvão e Barrancos são as melhores para procurar o grifo; apesar de menos frequentemente, por vezes a espécie ocorre também junto à barragem da Póvoa e nas planícies de Castro Verde.

 

Algarve – pouco comum na época reprodutora, mas no Outono é frequente observarem-se grandes concentrações junto ao cabo de São Vicente.

 

Saber Mais

Gostava de conhecer melhor a situação das várias espécies de abutres da Europa? Então não deixe de ouvir a entrevista ao director da Vulture Conservation Foundation, gravada através do podcast A Viagem do Maçarico e que aqui partilhamos!

 

 

 

Poderá também interessar-lhe o episódio das “conversas sobre aves” dedicado ao grifo. Os aspectos abordados na conversa incluem a distribuição mundial e europeia, os movimentos e a evolução populacional. Também falamos da estratégia de alimentação e de voo, incluindo uma descrição da forma como aproveitam as correntes ascendentes que se formam na atmosfera.

 

 

 

Sugerimos igualmente esta pequena apresentação que destaca os principais aspectos a ter em conta para fazer uma correcta identificação dos abutres que ocorrem no nosso país.

 

 

Documentação

Ficha do grifo no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)

Ficha do grifo no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Censo Nacional de Grifos e Britangos – 2018

Ligações externas